Não sou mais que isto, nem quero mais que isto.
Aquele que cruzou o meu caminho, enquanto vageava só no passeio, transformou-me. Custa-me a acreditar que depois de tudo ainda sinto a pele a estalar depois de todos os momentos desagradáveis. Das frases sem nexo. Sem desculpa. Tantas vezes sem medida. Basta ouvir o seu nome.
- "Gostava de voltar atrás, sabendo tudo o que sei hoje"
Aquele que cruzou o meu caminho, enquanto vageava só no passeio, transformou-me. Custa-me a acreditar que depois de tudo ainda sinto a pele a estalar depois de todos os momentos desagradáveis. Das frases sem nexo. Sem desculpa. Tantas vezes sem medida. Basta ouvir o seu nome.
- "Gostava de voltar atrás, sabendo tudo o que sei hoje"
,comentei ainda ontem com uma colega de trabalho. Nesse momento, e nos vários que se antecederam, e nos muitos mais que se seguiram, senti um suave arrepio, que me deu um prazer quase orgásmico.
Aquela ansiedade, aquela nostalgia de voltar a ser feliz. De bater com a cabeça novamente, mas desta vez sem lágrimas: com a alegria de saber que ainda nos vamos recordar disto com um sorriso e uma angústia que não nos sai da pele.
Nem dos poros ainda abertos depois da água fervente do banho.
Houve uma certa altura até, em que me lavava quase freneticamente. Queria retirar as lembranças e o cheiro de outros corpos no meu corpo.
Houve também dias em que me tranquei no quarto com um cigarro e um Porto quente, desgostosa com a vida a sentir o charme do fumo sobre a lanterna que iluminava a rua e os cães vadios com cio.
Agora, olho para trás e vejo que fui feliz.
Custa-me a acreditar que houve um tempo perfeito. Em que a felicidade se prendeu com lágrimas e com dor e com angústia e lágrimas e dor e angústia.
A minha transbordou da vasilha como a do Álvaro. E sinto-me estúpida e ridícula.
Custa-me a acreditar que estou velha. Que já deixei de estudar há quase três anos. Que me quero ir embora deste País, desta terra…
Custa-me a acreditar que ainda me lembro de ti…
Aquela ansiedade, aquela nostalgia de voltar a ser feliz. De bater com a cabeça novamente, mas desta vez sem lágrimas: com a alegria de saber que ainda nos vamos recordar disto com um sorriso e uma angústia que não nos sai da pele.
Nem dos poros ainda abertos depois da água fervente do banho.
Houve uma certa altura até, em que me lavava quase freneticamente. Queria retirar as lembranças e o cheiro de outros corpos no meu corpo.
Houve também dias em que me tranquei no quarto com um cigarro e um Porto quente, desgostosa com a vida a sentir o charme do fumo sobre a lanterna que iluminava a rua e os cães vadios com cio.
Agora, olho para trás e vejo que fui feliz.
Custa-me a acreditar que houve um tempo perfeito. Em que a felicidade se prendeu com lágrimas e com dor e com angústia e lágrimas e dor e angústia.
A minha transbordou da vasilha como a do Álvaro. E sinto-me estúpida e ridícula.
Custa-me a acreditar que estou velha. Que já deixei de estudar há quase três anos. Que me quero ir embora deste País, desta terra…
Custa-me a acreditar que ainda me lembro de ti…
[frase do título cito. Miguel Manso]
10 comentários:
é a vida...
Relembrar o passado causa angústia pelas burrices que fizémos, mas dá-nos a experiência. E de depois de tudo assimilado, fica essa nostalgia...
muito bom!
Não importa o que o passado fez de ti. Importa é o que farás com o que o passado fez de ti...
Fca em paz querida Bolacha, tive "saudades" tuas... :0)
Ficar presa ao passado é não viver o presente e correr o risco de não construir um futuro com outro alguém.
Um beijo grande
Um beijinho grande bolachinha:)
Bom fim de semana
***
É mesmo assim. Os erros do passado são sempre importantes no processo de aprendizagem. Eu aprendi algumas coisas importantes fazendo asneiras. Mas tinha que ser. Não quero, nem nunca quis, a perfeição. Deve ser aborrecida!
Olá, cheguei aqui através do fenómeno "cereja" que é esta coisa dos blogs. Vou apenas deixar um comentário relativamente ao final do teu post.
A vontade de sair do meu país foi algo que me consumiu durante 3 anos.Primeiro por achar que podia fazer face ao vazio em que me encontrava, posteriormente como escapatória de uma relação amorosa falhada. Bom, neste momento em que escrevo estas linhas já não vivo em Portugal, e o motivo pelo qual não estou em terras lusitanas não passa por nenhum dos 2 que referi, inevitavelmente porque ambos já não se verificam E ainda bem, porquê? Porque a ideia de viver para o estrangeiro vista à distância é muito tentadora e muitas vezes parece a melhor forma de contornar uma situação menos boa que vivemos na nossa terra. Mas vir viver para fora do nosso país não é nada fácil. Vida nova, adaptação,língua, cultura, costumes diferentes, saudades da família e dos amigos, não conhecer ninguém, parece que nascemos outra vez (o que de uma certa forma não deixa de ser algo fascinante, mas difícil).
Isto já vai longo, em suma, viver no estrangeiro é uma experiência única, mas é preciso ter cuidado caso o objectivo seja fugir de algo que não nos agradava onde estávamos, porque psicologicamente é duro,logo é necessário estarmos bem nesse aspecto. Por isso é que ainda bem que os 2 motivos pelos quais, inicialmente, eu desejava sair de Portugal já não existem.
Boa sorte!
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