segunda-feira, agosto 20, 2007

ID: Não consigo parar de respirar

Não consigo parar de respirar. E se tentar, canso-me. Penso que todos já tentámos deixar de o fazer. Até porque respirar também cansa. No entanto, se deixarmos de o fazer, cansamo-nos ainda mais. Tenho de fazer força e fechar o nariz a boca e os ouvidos (que há quem diga que se respira pelos ouvidos). Tal exercício é desgastante. Pena que também me desgasta o acto de acordar, de comer, de andar, de criar, de sentir…

Por vezes gostava de gerir a minha vida a partir do meu quarto. Deitada na cama tomava as decisões fáceis e as difíceis. Dormia bastante sobre os assuntos, literalmente. Até porque, por vezes canso-me de ser tão activa. De não estar parada. De querer ser mais. Aprender mais. Criar mais. Concorrer a mais concursos. Partir em mais viagens. Que kitsch!

É claro que tal me leva a um desespero constante. O de nunca conseguir fazer tudo o que quereria. O que sonharia. Dói-me isso. E por vezes choro. Sentada sozinha sobre a minha cama azul decorada ao fundo com uma manta verde flash, que me aquece de todas as vezes que adormeço quando chego cansada a casa e me ponho a ver televisão.

Bebo muita água nestes dias. Ando muito desidratada. Principalmente de amor. Falta-me o amor e a paixão. E a dor que todo o amor pode trazer. Também ando um pouco irascível. Um pouco farta, aborrecida, entediada, enfastiada…

É a verdadeira silly season enquanto se trabalha. É o verdadeiro Agosto quente que me cobre do seu laisser faire, laisser passer, que não consigo contornar… e mesmo assim, tenho de continuar a produtividade…

Finally, we are no one!