quarta-feira, novembro 30, 2005

Ai Pandora!


Sem futuro...

Ou com algum...

Isto de se ter sido uma jornalista (não de sucesso) em tempos, dá-me uma vontade imensa de escrever...

Foi para isto que nasci. Penso. E... Bem, não consigo viver sem mostrar o meu cunho pessoal. Desenvolver-me. Recriar-me. Estar a trabalhar naquilo que se ama faz-nos crescer o ego. Sei disso mais que tudo. E mais que nada. Ou talvez o contrário.

E fazer desabrochar a alma, faz crescer por dentro.

Lembro-me que quando era mais pequena, já sabia ler e escrever mal cheguei ao meu primeiro Inverno de escola. Sempre escrevi composições maiores que as que era suposto. Realmente, nunca fiz o que era suposto... foi sempre o contrário.

Mais.

Quando andava no 5º a 6º ano, cheguei mesmo a ganhar concursos literários. Adorava policiais. E escrevia sobre diamantes escondidos em berços de bebés. Bons tempos...

Mais tarde tive a certeza de que o meu futuro seria o mundo do professor. Mais propriamente de Português e Inglês. Hein? Quem o diria?

Adiante...

O meu amor pela escrita ia crescendo. Quando concorri, foi directamente para comunicação social... e agora aqui estou. Já fiz o meu sonho...

É pá... pelo menos sonhei...

E para sonhar não há ninguém com mais experiência.

É pena que a dor continue por aqui. E que nada mais tenha mudado. E que não encontre sentido para aquilo que eu um dia serei.

Quem sabe, se daqui a uns vinte anos, não vou comer um magnum, à lareira contigo a cofiar-me o cabelo (algo que venero!)

Há que ter esperança - dir-me-ia a Cecília.

Boa noite e um queijo!

À procura!



Isto de andar desempregada tem muito que se lhe diga... Os nossos amigos (uns empregados, outros semi, e ainda outros - a grande parte - desempregados de todo) vão-nos dando conselhos de como superar esta dor de não se conseguir pagar as contas.

É dificil.

Mais.

Temos de desistir de muitas coisas que nos davam uma certa qualidade de vida.

Sim.

Porque não vale a pena, andar de um lado para o outro, a vegetar ou à procura de um trabalho, se não podemos viajar, almoçar ou jantar fora, fazer jantaradas com os amigos lá em casa, ir ao ginásio (tou mesmo a ver que vou desistir), ir passar a passagem de ano num lugar qualquer... bem ... tanta coisa...

Isto faz-me reflectir...

Será que é este o nosso propósito?

Existir. Só e apenas.

Questiono-me.

E vejo que esta conversa não me levou a lado nenhum... LOL...

Mas quem quer que seja que se tenha identificado: "raise your hand"!

quinta-feira, novembro 03, 2005

concelho | Absence



Absence pretende ser um espaço de extensão dos nossos medos, uma galeria das nossas perguntas e uma afirmação dos pormenores da nossa vida, igual em si a tantas outras que com sucesso se mantêm na esperança da felicidade. Activar estrategicamente aquilo que todos temos em comum, a insatisfação íntima de nunca podermos ser o que idealizámos para nós, e, mesmo assim, construir estradas, viadutos e túneis que atravessem as montanhas da realidade.

Produção
Proto – Associação Teatro Observatório

Apresentação
20 e 21 de Novembro, às 22 horas

Local
Lugar Comum

Reservas e Informações
Lugar Comum
Tel.: 21 438 74 60

terça-feira, novembro 01, 2005

Fast Forward

I’m going
Fast forward
Alone in the dark
There’s no one
around me
by my side
When you put your hands over your ears
You don’t hear me
When you cover your eyes
You don’t see me
It’s like I’ve never been here
And you’ve never known me
They’re leaving
I’m staying
inside me
It’s never been
so quiet
never so clean
When you put your hands over your ears
You don’t hear me
When you cover your eyes
You don’t see me
It’s like I’ve never been here
And you’ve never known me


Lali Puna

20 de Novembro, 2005, Coliseu, Lisboa Posted by Picasa

Apaixonada por Sigur Rós

Quem ouve... sente uma indiscritível sensação de liberdade. Não aquela liberdade que vem nos livros, que fala de direitos e deveres. Uma liberdade de paixões, liberdade de amor, de todas as coisas que nos amarram às amarguras e tristezas. Eu, pelo menos, sinto uma vontade imensa de vomitar cá para fora tudo o que de bom e mau me passa pelas entranhas. As vísceras enchem-se de vontade de criar só mais um sorriso, acompanhado de um copo de vinho do Porto quente, que escorrega pela garganta. Suave, mas ao mesmo tempo ácido. Queima.

A grande parte dos álbuns que Sigur que tenho, nem têm títulos, nem nomes de músicas. Às vezes nem isso é preciso. É só preciso sentir. E sente-se bastante. Até parece inacreditável, como uma música, da qual eu nem percebo nada, me toca tanto. No fundo da alma. Da minha energia. Do meu poder. Deixa-me de rastos.

Ainda me lembro quando me enfiava no meu quarto a ouvir o aegatis (deste eu sei o nome), a sentir pena de mim mesma e a lembrar-me da minha liberdade infantil, quando tudo era enorme e desconhecido. Quando olhava para a mais pequena coisa e apenas isso me fascinava. Quando mergulhava no paraíso de se ser feliz e só contava comigo. E com mais uns cerca de 300 caracóis que eu aperfilhava para fazer corridas, na varanda de uma casa que já nem é minha. Que hoje se esconde por entre as silvas.

Será que a minha energia ficou marcada naquelas paredes? Será que é possivel ser-se tão simplesmente feliz, como eu fui. Rodeada de cães e gatos.

Até me recordo de um que só vinha a casa de quinze em quinze dias, para se alimentar. Era preto e branco e tinha a ponta do rabo branca. Uma coisa bonita de se ver, pois então. Devia ser o engatatão lá da zona. Vinha sempre magro. Esquelético mesmo. Comia. Dormia. (Coisas que nenhum gato faz - risos) E depois de restabelecido voltava à vida mundana. Chegou um dia em que ele nunca mais apareceu. Fiquei sempre a pensar que foi porque encontrou a gata da vida dele. Mas ao que parece não foi bem isso.

É destas coisas que me lembro. Estórias recortadas aqui e ali, que me fazem reviver. Nascer de novo. Algumas fazem-me mesmo chorar. Mas o que é que isso interessa? Desde que continue a viver? A amar? E a sentir só mais um pouco desta fragilidade de ser Cátia (esse nome mais estúpido).

Fragilidade. É isso mesmo que Sigur me faz sentir. A mulher frágil com mais coragem do mundo.

"ég gaf ykkur von sem varð að vonbrigðum.. þetta er ágætis byrjun""i gave you hope that became a disappointment.. this is an alright start"




hún jörð (mother earth)

móðir vor sem ert á jörðu
heilagt veri nafn þitt
komi ríki þitt
og veri vilji þinn framkvæmdur í oss
eins og hann er í þér
eins og þú sendir hvern dag þína engla
sendu þá einnig til oss
fyrirgefið oss vorar syndir
eins og vér bætum fyrir allar syndir gagnvart þér
og leið oss eigi til sjúkleika
heldur fær oss frá öllu illu
því þín er jörðin
líkaminn
og heilsan
amen


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