quarta-feira, novembro 29, 2006

Estou de Luto


Mais um Líder Espiritual morreu.

Estou com mais uma dorzinha na alma.



Amo-te Cesariny. Até Sempre.


«Autor duma extensa obra no campo das letras e das artes visuais, Cesariny é um nome incontornável do Surrealismo português. Foi na "anti-pintura" que deu asas ao automatismo. Explorou a composição de pinturas, as suas "tinturas"; experimentou a ocultação; criou "sismofiguras" em passeios de eléctrico dando livre acção à trepidação da caneta; e as "soprofiguras". A sua vida e obra confundem-se e protagonizam a "liberdade cor de homem" proclamada por André Breton. »
"O que é o amor?
-É uma rua muito sossegada onde só se passou uma vez."
Mário Cesariny e João Rodrigues, 1958

quarta-feira, novembro 22, 2006

DELETE!


Guardo os meus chinelos debaixo da cama e sigo a caminho da vida.






Perco-me entre carros e automóveis de última geração como telemóveis e não sei por quê, sinto que não fui feita para estar aqui.

Olho para as pessoas e vejo-as envoltas em cores que nem eu sei indentificar.

Penso em alguém e adivinho-lhe o pensamento. Vou adiando a minha vida e vão-me pedindo apontamentos sobre ESQUECER.

Gostava de andar na rua rasteirinha ao chão. Gostava de ser gata. Uma gatinha preta, de casa. Doméstica. Os animais esquecem tão depressa, que eu nem me importaria de fazer amor com o meu suposto irmão gato. Além de esquecer quem era, esquecia de onde vinha, quem conhecia... Vivia apenas a minha vida e não a de uma outra gata qualquer porque até nem me reconheço ao espelho.

Se tapar os olhos com força. Se consignar o pensamento a uma bola de chumbo, conseguirei abstrair-me do chão molhado da chuva? Do meu pêlo encharcado? Do meu miar rouco?

Pensando bem, se fosse gata, não poderia pintar, e lá se ia mais um dos meus prazeres. E não gosto quando não me são feitas as vontades. [todos temos os nossos quês]

Há neste momento uma fila de pensamentos que se vão alinhando sem pedir.

«

- Bureau ouverte!
- Entrez s’il vous plait.
-
bonjour ! je veux m’oublier !
- Bien sûr !

»

[Delete thought]

(Stupid noise coming from above that sounds like ponnnnn!)


Se eu não morresse nunca!
E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!
Cesário Verde

Um pouco de cor...

terça-feira, novembro 21, 2006

Não leves a vida muito a sério;
não vais sair vivo dela.
André Maurois

segunda-feira, novembro 20, 2006

Lisboa revisitada...

Pois é... parece que o que os nossos ex-subditos brasileiros se esquecem da sua história e daquilo que é Portugal. Sempre tive uma apreençãozita, mas tanto... fogo, podiam pesquisar mais antes de escrever.
Sim... isto foi um artigo que saiu numa revista brasileira:
E esta hein?

domingo, novembro 19, 2006

Quem espera sempre alcança.

Queres-me.
Queres-me mesmo mesmo muito.
Consigo vê-lo nos teus olhos.
Estiveste a pensar em mim, não foi?
Consigo pressentir a antecipação, a tua fome capaz de devorar tudo.
Os teus lábios estremecem ao mero pensamento de me voltares a ver.
As tuas pernas contraem-se, as tuas mãos tremem.
Queres devorar-me.
Toma-me toda.
Explora-me e volta a mim uma e outra vez.
Não adianta negar.
Tens fome de mim.

terça-feira, novembro 14, 2006

Hoje disseram-me:
"És uma carracita!"

e depois acrescentaram:
"Mas isso é querido!"

Onde está a Metafísica?


quinta-feira, novembro 09, 2006

A Crítica!

ESTOU TRISTE…

Que teçam críticas construtivas e deitarem abaixo os The Gift, concordo [nunca gostei de gente presunçosa]. Agora que conotem a escrita de Pedro Paixão como “Tédio”…. Fere-me a alma… de uma maneira tão profunda, que me dói.

Dóris Graça Dias, no seu comentário literário no Semanário Expresso, lança todo um desprezo e descrédito à escrita de um dos melhores autores que conheço, que me provocou um asco imenso.

A dada altura, e passo a citar, a colaboradora do semanário e crítica literária escreve:

A escrita de Pedro Paixão tem-se situado ultimamente neste limiar. Não há disfarce relativamente a uma angústia existencial própria, destrutiva e sem recurso. Não há saída, mas apenas retorno sobre si mesmo, numa apatia dolorosa, que transpira desejos de suicídio. Um escritor morre quando deixa de escrever? Talvez. Por isso escreve para não morrer. Quanto ao leitor, anónimo, que se dane!

Pois bem, cara doutora, eu gosto de tudo isso mesmo no Pedro. Gosto da sua dor. Da sua angústia, da sua catarse, que me faz voar os pensamentos, os sentimentos… Gosto disso de uma maneira, como não gosto de quase nada na vida que tenho. O Pedro é mesmo assim, e se mudasse, se se tornasse diferente julgo que o deixaria de amar desta maneira espontânea e quase doentia.

O amor é isso mesmo. Ou se ama ou se odeia, diz-se na sabedoria popular. Durante a apanha da azeitona, ou da época da vindima, quando se faziam filhos num amor escondido em feno.

Sei que talvez fosse obrigatória uma crítica… mas julgo que as críticas deveriam ser para os dois lados. Principalmente quando para esta senhora os pontos negativos que abordou, são apenas e só os pontos que mais amo na escrita fantástica de Pedro Paixão. Nas suas estórias contadas em ápice… em frases perfeitas e carregadas de desprendimento. “Vou morrer quando deixar de escrever”… eu própria morrerei também um pouco, porque existem palavras que dão oxigénio aos nossos dias cinzentos e na minha vida… as palavras são as tuas…

NÃO ME GASTEM O CORAÇÃO!
"O que eu gostava era de poder falar na tua boca para que as tuas palavras fossem minhas e pudesse permanecer silencioso ao teu lado".
Pedro Paixão

quarta-feira, novembro 08, 2006

"Que fantástico isto de ter o período. Mal posso esperar até ao mês que vem."
in LeCool

terça-feira, novembro 07, 2006

"Há muitas maneiras de morrer, há muitas coisas para matar. O que se tem de matar primeiro é o que está mais próximo de nós. O que temos a obrigação de matar primeiro é o nosso amor. Depois já não é preciso, depois basta acabar."
[Pedro Paixão Boa Noite]

segunda-feira, novembro 06, 2006

Epilepsia Apática...

Não há palavras para descrever a minha raiva… de todas as vezes que a sinto, aqui bem entre estes meus dois pulmões que respiram consecutivamente o ar poluído dos dias.

Há momentos que desejamos que nunca nos tivessem acontecido. Coisas que nos fazem sentir raiva por existirmos, por nos tratarem tão mal, por vermos os outros que nos estão próximos a serem enxovalhados por palavras, gritos e frases que ninguém merece. Nem eu, que já fiz algum mal na vida (até porque nem sou santa).

Sei bem que sentir raiva não é um bom sentimento. Mas ultimamente é o que me faz respirar. Sim, agora que pareço um zombie a tentar ignorar um monte de estupidezes que me envolvem num segredo.

Uma voz vem sempre à consciência. Fala diz-me: esquece; ignora; continua; mecanicamente. Pareço um robot.

Pedem-me – eu faço. Falam-me – eu escuto. Matam-me – eu morro.

domingo, novembro 05, 2006

"Tenho de tomar já um ansiolítico.
A tua ausência, pelos vistos, ainda me sufoca!"
Pedro Paixão