quarta-feira, agosto 13, 2008

...

Construí um sonho com quatro bugalhos e uma borboleta. A borboleta tinha a terrível mania de que era uma matrioska, sendo que, por força queria viver dentro de um bugalho.

Se um dia, as borboletas fossem efectivamente matrioskas, com as suas grandes madeiras, de várias camadas, o que poderia acontecer aos nossos sonhos? Deixaríamos de sonhar coisas inverosímeis e passaríamos a imaginar realidades autênticas. Tal situação, para mim deitar-me-ia por terra. Onde iria buscar agrafadores falantes e tartarugas voadoras? Com que sonharia, senão com um mar de sumo de ananás e areia de açúcar amarelo? A imaginação, julgo, não tem limites… e nem vale a pena impor-lhe barreiras.

Se não tivesse para onde fugir, para onde olharia? Já não poderia observar as nuvens, fotografá-las, pintá-las e ensaiá-las para a tempestade que ocorrerá daqui a dois dias. Sim, porque sou eu quem ensaia as nuvens. E se estas se portam mal… aí sim levam tau-tau na sua espuma melíflua.

Mas não, não sou eu que controlo o tempo e mesmo a pluviosidade, a precipitação… só a tristeza e a dor que me escorrer como linfa da cabeça até à pontinha do dedinho mindinho do pezinho esquerdo.

E no entretanto, cabe-me a difícil e árdua tarefa de sonhar… e depois?



The flower said, "I wish I was a tree,"
The tree said, "I wish I could be
A different kind of tree,
The cat wished that it was a bee,
The turtle wished that it could fly
Really high into the sky,
Over rooftops and then dive
Deep into the sea.
And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.

Tree Hugger - Kimya Dawson and Antsy Pants




Dêem-me amarras, que quero fugir…

Sem comentários: