«Um arqueiro quis caçar a lua. Noite atrás noite, sem descansar, lançou as suas flechas ao astro. Os vizinhos começaram a gozar com ele. Imutável, continuou a lançar as suas flechas. Nunca caçou a lua, mas tornou-se no melhor arqueiro do mundo!», Alexandro Jodorowsky
sábado, julho 29, 2006
Estou Cansada, neste momento...
Imortalidade
Aqui à dias, numa conversa no trabalho, deparei-me com um grande dilema. Talvez não lhe chamaria dilema. Que tal, dúvida? Mas até é uma coisa importante.
Quando falamos, gritamos, dá-se a refracção do som, que se não me engano, é quando a nossa voz bate nas coisas materiais, tipo paredes, e volta para trás.
Agora, quanto tempo estão essas ondas de som no ar? Será que depois de 5 min. se perdem para sempre, ou ficam a ecoar naquele local durante toda a eterninade. Já imaginaram. A nossa voz, cada palavra por nós proferida num determinado local, ecoar eternamente? Num som inaudível, mas um eco eterno...
Depois desta conversa, tenho pensado muito nisto. É que eu sei, porque já fiz a experiência, que se colocarmos um gravador durante algum tempo numa casa, outrora desabitada, conseguimos ouvir, o que parecem ser conversas, que permaneceram naquele local para sempre, isto se aumentarmos o som ao máximo.
Dá que pensar. E também faz-me pensar que eu, como peça de um jogo de damas aqui na terra, deixarei a minha marca.
(podia ter ido pesquisar para provar a minha teoria, é que eu sendo de Letras, não percebo muito de Física, apesar de me fascinar. Gostaria de ouvir opiniões. Para mim é muito mais gratificante)
Um bem hajam, eh eh eh
terça-feira, julho 11, 2006
A revolta da lágrima
Ando com uma bolinha de 10 centímetros entre os pulmões, outra vez. Gostava de me puder esquecer de tanta coisa. Ou de simplesmente ignorar. Mas a única coisa que devo ignorar é a minha própria existência. Pelo menos é a única que tenho controlo. E mesmo assim não sei como o fazer. Vejo-me a ter recaídas. Vejo-me a voltar para trás. Para a nuvenzinha no topo da cabeça de que eu tanto falo. E essa nuvenzinha está a carregar-se com tempestades e eu nem sei o porquê da sua criação.
Evadir-me. Enfiar-me num buraco. Esquecer que existo. Para depois ver o trabalho a acumular na secretária.
Matem-me de uma vez...
segunda-feira, julho 03, 2006
sábado, julho 01, 2006
"Eu não sele chinês, eu sele japonês" - ou - "eu não comele chinês?"
O Branco...
Espero,
Espero ainda...
Tanta coisa, efemérides, datas,
Marcadas em agenda
Espero poder olhar-te
de uma só vez e para sempre
Espero as tuas mãos, dedos, as unhas
que arrancam pedaços de pele
E ficam para sempre
Numa espécie de caixa que guarda o ADN
Numa espécie de corrente sanguínea
que me corre, não nas veias
mas nos poros
Numa espécie de respiração, transpiração
Num bocejo e suspiro que chama a saudade.
Os olhos prendem-se nos braços de quem ama.
Eu ainda chamo
Ainda grito por socorro, por
"só mais uma vez"
Mais um toque.
Não no telefone, que é tão banal.
No toque ritmado cardíaco.
Na veia aorta, no ventrículo esquerdo.
Espero, e o tempo parece parar.
Não me deixa dar o passo em frente no abismo
e me perder.
Nunca me sinto perdida.
E isso também me dói um pouco.
Gostava de ter menos certezas, mais inseguranças.
Menos prazer e mais angústia.
Mais vómito e menos sonhos.
Os meus sonhos estão perdidos.
Ainda espero, também, encontrá-los.
Perdidos nas minhas telas ainda por pintar.
E o branco apavora-me.
Afinal, espero.
Espero o branco
e a limpeza, a segurança eférmera,
o claro do sol quando nem
consigo abrir os olhos numa de
Junho, a caminho do trabalho....
CátiaBISCAIA